Diários privados do papa João Paulo II publicados nessa
quarta-feira revelaram detalhes surpreendentes sobre a vida do líder católico,
que esteve à frente da Igreja Católica desde o ano de 1978 até sua morte, em
2005. Entre as informações reveladas está a de que João Paulo II passou décadas
questionando se era digno do papel que desempenhava na igreja e se estava
realmente servindo a Deus.
- A palavra do Senhor.
Eu amo a palavra de Deus? Eu vivo por ela? Eu o sirvo de bom grado. Ajuda-me,
Senhor, a viver de acordo com sua palavra – escreveu João Paulo II em uma das
anotações recentemente divulgadas.
Segundo a Reuters, os
diários publicados são notas feitas pelo papa, e que ele queria que fossem
destruídos, mas que foram mantidos por seu assessor. Vistas por muitos não como
um diário, mas como uma série de reflexões, as anotações foram publicadas em um
livro por Stanislaw Dziwisz, que era seu assessor pessoal.
Nascido Karol Wojtyla, no sul da Polônia, em 1920, o homem que
veio a se tornar líder da maior organização religiosa do muno desempenhou um
papel público muito ativo na era comunista da Polônia e, principalmente,
durante seu período como papa. Porém, os eventos públicos tem pouquíssimo
espaço em suas anotações, onde ele agonizou sobre se estava fazendo o
suficiente para servir a Deus.
Entre seus
questionamentos, estão dúvidas a respeito das habilidades exigidas de um
sacerdote.
- Qual a linguagem que
devo usar quando eu falo para as pessoas? – ele perguntou, em 1974.
- Eu anuncio o Evangelho
com total convicção? – questionou também.
Apesar do questionamento
de seu papel enquanto sacerdote, não há nenhum sinal nos diários, que contém
notas feitas entre 1962-2003, de que a crença do papa em Deus tenha vacilado.
Antes de sua morte, João
Paulo II confiou seus diários ao arcebispo Stanislaw Dziwisz, seu secretário
pessoal e agora um cardeal no sul da cidade de Cracóvia, com instruções de que
eles fossem queimados. Porém, no prefácio do livro, Dziwisz afirma que não os
queimou, porque os textos contém a chave para a compreensão da vida espiritual
particular do papa.
Eles revelam o outro lado
da pessoa a quem nós conhecíamos como o líder da Igreja – escreveu o cardeal,
que foi elogiado e criticado em círculos católicos poloneses depois de anunciar
a publicação do livro no mês passado.FONTE:http://noticias.gospelmais.com.br/